Acordei, e fui direto para o banheiro. Passei pela cozinha, tomei um café e peguei o jornal que já estava em cima da mesa.
Foi um sono reparador. Dos melhores mesmo. Fazia muito tempo que eu não dormia 8 horas completas. Hoje meu cerebrozinho vai estar bem relaxado pro trabalho por causa disso.
Pois bem. Logo a primeira coisa que faço depois do jornal, é ligar o computador – meu verdadeiro escritório de trabalho.
E então penso o facebook … que ultimamente não está configurado para abrir direto, junto com o navegador (gooogle chrome no meu caso … optei faz um tempo, por ter regras de acesso ao facebook, justamente para evitar aquelas viagens de horas lendo os amigos, em momentos que eu poderia estar usando para trabalhar com minha rede de sites e TV).
Do lado de fora da janela há um mundo. E dentro da rede social, também. Na verdade, vejo mais minha família no Face do que pessoalmente. E sei de outras pessoas que também dizem o mesmo.
O assunto é tão divertido e profundo inclusive, que dá um livro até. Contudo, por hoje irei me ater apenas, a um único aspecto do Face. A saber, o confrontamento diário com o próprio EGO.
Percebo, que depois de ler os amigos, e outras coisas que acabam acontecendo no meio do caminho, eu logo começo a desenvolver uma preparação para colocar minha mensagem do dia, como se fosse uma obrigação para dizer que estou vivo, que estou presente no mundo, ou pelo menos, no mundo do Facebook.
E aí, começa a rolar as ideias relacionadas aos outros, e a avalanche de perguntas egocêntricas: o que eu escrevo? Como isso vai soar para as pessoas? E se tal parente (familiar) ver? Não, não … não vou colocar isso. Vou fazer assim …
E por aí vão as perguntas passando pela cabeça, e a velha preocupação com o que as pessoas vão achar da gente.
Quem ainda não é capaz de sair desse labirinto natural imposto pelo mundo real, e agora pelo mundo virtual, sente muito desconforto, sempre está se arrependendo do que coloca na rede, e por isso, está sempre apagando seu passado, seu EU.
A questão é: a rede social, é uma projeção bastante fiel desse nosso EU interno. Olhos inteligentes são capazes de radiografar perfeitamente a personalidade de uma pessoa, através de seu facebook (caso tenha bastante informação, claro).
Por isso tenho tanto respeito por este espaço. E apesar de alguns dizerem ser ele, o Facebook, apenas um lugar onde pessoas medíocres ficam falando banalidades, eu particularmente vejo a rede social, como uma oportunidade – quanto mais parecido eu ficar no Facebook, com o que eu realmente sou em casa e no trabalho, mais verdadeiro eu serei. E terei passado por aqui, e aproveitado a escola da vida, como ela realmente deve ser vivida. Sem medo de mostrar quem sou. Hoje e ontem.
Afinal, o amanhã, nada mais é, do que a soma dos anteriores. E quem ainda não foi nada, nem ontem, nem hoje, não pode esperar ser alguma coisa no futuro. É matematicamente impossível.
Paul Sampaio