No encontro dos mestres da humildade, nos cursos intermissivos do plano espiritual entre uma encarnação e outra, a única disputa é o último lugar da fila, na hora da energização.

Para entrar nesse clube, é preciso passar mil anos sem querer créditos pelo o que se faz de bom. Também é preciso estar, a mil anos sem matar ninguém.

Foi fácil entender porque todos se conheciam tão bem. Existiam pouquíssimos deles.

A primeira coisa que escutamos na entrada do ‘Pandeiro’, é que esse curso, é o mais difícil das escolas da espiritualidade para uma espécie egocêntrica como a humana, a qual faço parte, sabe lá a quanto tempo.

E nós chegamos lá, nas primeiras vezes, inapelavelmente, bastante despreparados, acreditem. Infelizmente, aqui na Terra existem religiões de sobra, mais quase nenhuma alma realmente educada. Ainda vivemos o jardim da infância da moralidade e nos desvirtuamos com qualquer sopro de vento. Mas basta um mestre da humildade para cada comunidade de mil pessoas, para conseguirmos melhorar cada dia mais, a quantidade de esclarecimento no Planeta, diziam.

Quando descobri aquilo tudo, durante aquelas visitas em sonho — fui a mais de um encontro — a primeira coisa que pensei, foi que aqueles mestres gostavam bastante desse número mil. E fazer mil vezes uma mesma coisa sem errar nenhuma, não é próprio da nossa espécie. Não conseguimos ser perfeitos assim.

Minha simplória condição, me fazia crer que aqueles parâmetros eram quase impossíveis de serem atingidos.

Mil anos terrenos sem matar, nesse mundo de guerras e animais que comem a si mesmos ainda vivos, além de mil anos também, sem reconhecimento ou aplausos pelo o que fazemos de bom, ou então, transformar beneficamente mil pessoas, assim, como num passe de mágica. Tudo aquilo parecia um trabalho de Hércules. Contudo, aqueles mestres haviam conseguido.

Também conhecidos como serenões, devido ao alto grau de serenidade, esses mestres possuem características inconfundíveis.

Podem passar despercebido a hora que quiserem. Dominam a dor, curam qualquer mal e jamais ficam com raiva, muito menos ódio. Energizam uma sala inteira, e ninguém nota quem foi.

Depois de tantas vidas, como homem e mulher alternadamente, são assexuados, e não participam mais do amor erótico em suas existências terrenas. Já têm um DNA que não deve fazer parte desse mundo. Também podem assumir a aparência que preferirem, em suas novas voltas à Terra, dependendo da missão que terão.

E como eu, que estava tendo ali, um acesso a um plano superior, eles também têm acesso a planos que sequer imaginamos como são — ainda.

Têm um escudo energético de proteção, que não permite que qualquer má intenção chegue perto. Possuem premonições super aguçadas, e vez ou outra, livram muitos do abismo com atitudes miraculosas.

Sabem exatamente quando devem partir e podem escolher a maneira como querem desencarnar.

E o principal, transformam corações como quem bebe água, enquanto estão aqui entre nós, na Terra.

Ao ver tal facilidade e poder, temos vontade de continuar evoluindo, crescendo cada vez mais, para um dia, sermos um deles também. Na verdade, uma delas.

Quando podemos nos lembrar de trechos desses encontros, é impossível esquecer, que a grande maioria daquelas pessoas, é mulher. São raros os casos de serenões que gostam mais da aparência e da natureza masculina quando estão na espiritualidade. O altruísmo feminino nunca foi por acaso. Por isso, quase sempre escutamos ‘serenã’, antes do nome do mestre, porque na verdade, é uma mestre mulher.

Outra curiosidade interessante, é que nunca fazem parte de religião alguma quando estão na Terra. Afinal, a interferência na evolução espiritual da Humanidade deve ser a mínima possível, como dita a Lei Cósmica da evolução — todos precisam fazer a jornada por si mesmos. E tudo o que podemos ter deles então, é alguma orientação. Os ajustes divinos são incomuns, e são chamados de extrapolação, coisa que não é aconselhável acontecer toda hora.

Depois daquelas experiências, comecei a planejar minhas próximas existências, e não apenas essa que eu vivo hoje. Mudei meus objetivos para essa vida e para todas as outras também. Não busco mais o poder do dinheiro, da fama ou da glória — hoje só quero o poder espiritual.

Já não tinha medo de morrer, e depois daquelas visitas, tive a certeza que a felicidade e a imortalidade não são desse mundo mesmo, mas que, cabem perfeitamente nele.

Minha consciência humana imortal, possui possibilidades de conhecimento e crescimento infinitas, e não serão as injustiças e tragédias desse mundo que irão controlar minha alma. Dela, tomo conta eu e minha família espiritual.

Enfim, sentir a manifestação evidente de Deus naquelas pessoas, me mostrou que esse Poder Superior, essa Força, já está tocando a gente também. Por isso, alegrem-se. Somos alunos de gente santa e não podemos ter um destino diferente. Basta seguirmos os passos de quem já foi na frente.

Ao dia, toda luz que nossa estrela amarela emana. E à noite, que nossas almas viagem livremente pelos caminhos espirituais, que nos deixam ainda melhores, para o dia que ainda está por vir, aqui na Terra.

Que a Força esteja com você. Sonhe mais e procure amar profundamente.”

*Dedicado a Waldo Vieira e Chico Xavier

Paul Sampaio, em 19/01/2023 • 02:36 às 5:56 • 20° em Bauru / SP — Brasil

Escrito por Paul Sampaio

PAUL SAMPAIO CHEDIAK ALVES é professor, locutor, apresentador de rádio e TV, web designer e o criador da REDE SAMPAIO de Sites.