Meu país quer ser grande, mas se comporta como criança.

O nome dele é Brasil.

Quer ser desenvolvido, bem educado e rico, mas se apresenta cada vez mais pobre de espírito.

Como exemplo das maiores autoridades, temos o roubo sistemático e tirano.

Entra partido e sai partido, e tudo o que muda, é a sigla.

Enquanto no seio da sociedade mais pobre, a miséria é ignorada e esquecida.

Quem tem a sorte de nascer em lar estruturado, quer mais que os pobres morram.

Já virou cultura nacional pensar assim, a ponto de quem é pobre, também concordar com o absurdo.

E aquele que nasce em um lar de presidiários cruéis, viciados e bandidos, será assim também. O Estado não faz nada. Não educa quando é criança, não reeduca quando já é delinquente, abandona em matadouros sem quaisquer condições de vida e dignidade humana, permitindo que eles mesmos criem suas regras, que claro, serão criminosas, e depois solta, para viverem como quiserem, sem estrutura nenhuma para recomeçar uma vida, e cheios de ideias adquiridas na maior escola do crime organizado – a prisão. Temos hoje, cerca de meio milhão de detentos no Brasil, e a escala de miséria atual, projeta algo em torno de dois milhões em menos de 20 anos.

Da mesma forma que acontece com os pobres, os filhos dos políticos, terão seu destino herdado do berço, e serão também em sua maioria, corruptos e desumanos como seus pais e mães, donos da riqueza construída com o sofrimento e a dor alheia.

Estamos multiplicando a pobreza e a barbaridade, para que os gestores da nação possam comer lagosta e viajar de jato.

Pessoas morrem trancadas em jaulas, como se fossem animais que merecem menos consideração do que um macaco no zoológico.

E depois ainda querem que eles saiam e se comportem como estudantes universitários de classe média quando voltam para as ruas.

São amontoados como comida na panela. Onde cabem cinco seres humanos, colocam vinte, e o costume do povo ainda é dizer, que ser preso é bom, é ter tudo de graça sem fazer nada. Muito embora, nenhum filho da p… que diga isso, queira ir para lá.

Governantes roubam bilhões e bilhões para suas famílias, e a grande massa que se vire para estudar, trabalhar, se vestir e se divertir.

E os políticos, quando finalmente são presos, jamais ficam nos abatedouros que eles mesmos constroem com nosso dinheiro. Para eles, sempre existe um lugar onde tenha humanidade.

Mas se nós falarmos em direitos humanos em caso de extermínio de pessoas nos presídios dos pobres, cuidado, você pode ser confundido com bandido periculoso, e um daqueles que acha que é bom termos uma chacina por semana nesses lugares, pode resolver dar fim em você também.

No Brasil, olhe sempre para o lado, quando você quiser ser humano.

Paul Sampaio, perfil, 1  Paul Sampaio – Autor

Um matadouro de cobras.

Um matadouro de cobras.

Secretário pede demissão e Temer aceita após declaração polêmica

Filiado ao PMDB, Bruno Júlio afirmou que ‘tinha era que matar mais’ e ‘tinha que fazer uma chacina por semana’ nos penitenciárias e depois reafirmou declarações.

Fonte: G1 – TV Glogo e Globo News

Secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio, pediu demissão após dar uma declaração polêmica sobre as chacinas nos presídios de Roraima e Manaus, informou a assessoria do Palácio do Planalto, e o pedido foi aceito pelo presidente da República, Michel Temer.

Bruno Júlio, que é filiado ao PMDB e havia sido nomeado para a secretaria em junho, afirmou que tinham que ter matado mais presos e que deveria haver uma chacina por semana – e reafirmou a declaração em sua página pessoal no Facebook, antes de pedir demissão.

O secretário da Juventude deu a declaração para a coluna do jornalista Ilimar Franco, do jornal “O Globo”. Ao apresentar o argumento, disse ser filho de policial e “meio coxinha”.

“Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana.”

Diante da repercussão em torno da declaração, Bruno Júlio divulgou uma nota no perfil dele no Facebook (leia a íntegra ao final desta reportagem), na qual disse ter falado “como cidadão, em caráter pessoal”.

“Está havendo uma valorização muito grande da morte de condenados, muito maior do que quando um bandido mata um pai de família que está saindo ou voltando do trabalho”, escreveu o secretário.

Entre domingo (1º) e segunda (2), 56 presos foram mortos em uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus. Nesta sexta (6), 31 presos foram mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (a maior de Roraima).

Na entrevista à coluna, Bruno Júlio criticou a repercussão do caso e comparou as mortes nos presídios com a chacina que deixou 13 mortos em uma festa de réveillon em Campinas, no último dia 31. “Olha a repercussão que esse negócio do presídio teve e ninguém está se importando com as meninas que foram mortas em Campinas. Os que não têm nada a ver com nada que se explodam?”.

“Os santinhos que estavam lá dentro que estupraram, mataram [chamam de] ‘coitadinho’, ‘ai, meu Deus, eles não fizeram nada’, ‘foram [mortos] injustamente’… Para, gente!”, continuou.

“Esse politicamente correto que está virando o Brasil está ficando muito chato.”

Para o secretário, “é óbvio que tem que investigar” as mortes nas penitenciárias.

A Secretaria da Juventude é vinculada à Secretaria de Governo, e o salário do cargo é de R$ 13.974,20 por mês.

Licenciado da Juventude do PMDB, Bruno Júlio é filho do ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB), que, atualmente, ocupa uma cadeira de deputado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

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O ex-secretário da Juventude, Bruno Júlio, ao lado de Michel Temer (Foto – Reprodução-Facebook)

Agressão à mulher

Bruno Júlio é investigado por agredir a mulher em Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil mineira, ele foi acusado de lesão corporal pela ex-mulher e de assédio sexual por uma funcionária em outras duas investigações.

A denúncia de agressão foi feita pela companheira do secretário em abril, na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher, em Belo Horizonte.

Segundo a polícia, a vítima relatou que Bruno Júlio a puxou pelo cabelo e deu tapas em seu rosto. A investigação, coordenada pela delegada Ana Paula Balbino, não foi concluída.

Outras acusações

Em outro caso, registrado como lesão corporal, Bruno Júlio é suspeito de agredir com socos, tapas, chutes e puxões de cabelo a mulher com quem tinha uma união estável em março de 2014. À época, ela ainda relatou à polícia que foi ameaçada com uma faca porque o então companheiro não aceitava o fim do relacionamento.

Na ocasião, por meio de nota, ele confirmou que teve um relacionamento com a mulher, com quem teve uma filha.

O secretário informou ainda que a criança está sob sua guarda, o que, segundo ele, demonstra “ser prova mais do que suficiente da solidez do relacionamento” que tem com a ex-companheira. Bruno Júlio destacou ainda que sua “relação familiar sempre se pautou pelo respeito e confiança”.

Em novembro de 2015, o secretário foi acusado de assédio sexual por uma funcionária. Na denúncia, a mulher contou que era ameaçada de demissão caso não saísse com ele.

A vítima disse à polícia que era perturbada e constrangida pelo patrão com elogios e convites para acompanhá-lo em viagens. De acordo com a polícia, ela entregou à delegada mensagens das ameaças enviadas por celular pelo secretário.

Em nota, Bruno Júlio afirmou que a acusação de assédio é frágil e que a denúncia somente ocorreu depois de comunicada à funcionária sua exoneração. “Não passou de retaliação”, afirmou o secretário. Na nota, o secretário não se posicionou sobre a investigação em andamento.

Manifestação de apoio

Apesar da repercussão negativa nas redes sociais, a declaração polêmica de Bruno Júlio obteve apoio na internet. Além de dezenas de comentários de internautas em reportagens relacionadas ao assunto, o agora ex-secretário contou com a “solidariedade” do deputado federal Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG) – filho do ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso.

O parlamentar mineiro divulgou uma nota em sua página no Facebook na qual afirmou que Bruno Júlio “teve a coragem de expressar a opinião e indignação da maioria dos cidadãos brasileiros sobre o massacre cometido por facções criminosas nas penitenciárias dos estados do Amazonas e Roraima”.

Na visão do peemedebista, o ex-secretário apenas “chamou a atenção” para um grave problema recorrente no país: “a violência que mata, a cada dia, policiais e pessoas de bem”.

“Concordamos quando ele [Bruno Júlio] diz que “o que está havendo é uma valorização muito grande da morte de condenados, bem maior do que quando um bandido mata um pai de família que está saindo ou voltando do trabalho”, escreveu Cardoso Júnior em trecho da nota.

Defesa sobre a declaração

Leia abaixo a íntegra da nota do secretário, publicada após a repercussão da declaração de hoje e antes de pedir demissão (e ter o pedido aceito):

Nota de esclarecimento

Hoje, terminada a entrevista com a jornalista Amanda Almeida, e falando como cidadão, em caráter pessoal, quando fui questionado sobre a nova chacina em Roraima, eu disse o seguinte:

1. Está havendo uma valorização muito grande da morte de condenados, muito maior do que quando um bandido mata um pai de família que está saindo ou voltando do trabalho.

2. Sou filho de policial e entendo o dilema diário de todas as família, quando meu pai saía de casa vivíamos a incerteza de saber se ele iria voltar, em razão do crescimento da violência.

3. O que eu quis dizer foi que, embora o presidiário também mereça respeito e consideração, temos que valorizar mais o combate à violência com mecanismos que o Estado não tem conseguido colocar a disposição da população plenamente.

Escrito por Paul Sampaio

PAUL SAMPAIO CHEDIAK ALVES é professor, locutor, apresentador de rádio e TV, web designer e o criador da REDE SAMPAIO de Sites.