Acredito que é chegada a hora de uma união das nações do mundo, no sentido de limitar drasticamente e definitivamente, os experimentos humanos em sua procura por Deus.
Os principais cartunistas da revista satírica francesa Charles Hebdo, Georges Wolinski, Jean Cabut, Charb e Tignous, mortos no atentado à redação
Todas as conquistas da Humanidade no sentido da boa convivência dos povos, estão diariamente em risco pela mania milenar dos homens, de misturar a religião com a política, as ideologias com as armas, para depois, levantarem memoriais para desculparem a si mesmos.
Somos nós brasileiros, americanos, franceses, árabes, chineses … somos todos nós os culpados, sem exceção.
Mata-se por Deus, por sistemas políticos … mas mata-se também por comida, por mulher, álcool no volante …
Mas, se Deus é o assunto que mais gera discordância entre os povos, então não poderá servir jamais, como um meio de uni-los.
Infelizmente, essa é a pura verdade.
E o verdadeiro homem e mulher de Deus, há sempre de enxergar isso.
Tenho a mesma repugnância em relação ao islamismo terrorista, que tenho pelo fundamentalismo evangélico e católico. Mas eles não são os únicos.
Vimos recentemente também, o sionismo judeu super protegido pela grande mídia, praticando um dos mais horríveis massacres da História do povo palestino.
E nada, absolutamente nada disso, parece unir as pessoas por uma necessidade comum a todos, que é sem dúvida, muito mais importante do que pequenas vitórias políticas e territoriais.
A saber, a tranquilidade de viver em paz.
Poder dormir com a certeza que seu grupo, sua cidade, sua religião e seu país, são do bem. Não fazem inimigos.
Respeitam a todos e também são respeitados por todos.
Críticas sociais e liberdade de expressão não devem ser censuradas na bala, ou na lei.
Devem sempre existir. São nosso ‘alter ego’, nossa consciência coletiva, nossa auto-crítica na verdade.
Impertinência, exageros e mau-gosto, também sempre existirão, mas nunca sobreviverão, e talvez até se tornem raridade, se conseguirmos construir uma sociedade verdadeiramente sadia.
Mas quando esses defeitos incômodos acontecerem, deveremos sempre que necessário, trazer a pauta a questão do respeito e dos limites de convivência com tolerância, suficientes para que não ocorram nunca, conflitos entre pessoas e nações, da maneira como temos visto no início deste milênio também.
Se alguém me dissesse na época da democracia ateniense antiga, quando saíamos da plataforma mitológica de Zeus para a ciência da Terra, que mais de dois mil anos depois, estaríamos tendo problemas desse tipo ainda …
… eu provavelmente diria algo curto e grosso como: como conseguimos ser tão burros assim?
Qualquer homem ou mulher de alguma espiritualidade, quando vê que uma conversa sobre Deus está gerando muita discussão e calor, simplesmente troca de assunto, e areja o ambiente com um monte de amor, sorrisos e caridade. Afinal, nenhum Deus que se prese, precisa de um ser humano para defendê-lo.
Paul Sampaio – Bauru, 21:30 – 9 de janeiro de 2014 – 32º