O artista não a vê totalmente, mas a sente.
Ainda não sabe como vai fazê-la, mas começa.
Afinal, não há outra coisa a se fazer …
A obra sempre é mais forte do que o próprio criador.
Ela pede, quase implora pra viver.
É como se fosse, um cutucão no ombro, dizendo: ei ?!?
Dá pra prestar atenção em mim?
E assim, vai o artista para sua profissão de fé,
A caminho de trazer ao mundo, mais uma vida,
Mais uma peça única para seu acervo.
E o artista, exigente como é, não quer errar em nada.
Não se satisfaz com nada que não seja a perfeição.
Como ele viu a orelha, a nota musical, o passo de dança,
enfim, sua obra de arte … ele quer reproduzi-la.
Claro !!!!
Ora, ela já tinha suas características antes mesmo de nascer.
E copiar perfeitamente suas formas, é o mínimo que o artista deve fazer.
É assim que pensa ele. Na verdade, não pensa.
Praticamente só sente.
Afinal, já descobriu que sua obra já tem vida própria,
e por isso, decidiu não interferir mais com seus próprios gostos.
Paul Sampaio, 12:04 – Bauru, 19 de dezembro de 2014

