Nossa nova e ainda infantil democracia, nos leva a fazer escolhas, com parâmetros bem diferentes nas eleições deste ano de 2014 para presidente, governadores, deputados estaduais, federais e senadores.
Geralmente, procuramos por candidatos bem preparados, que nos inspirem confiança, e que apresentem propostas e capacidade de realização, compatíveis com o cargo pleiteado. Isso, quando conseguimos completar a primeira série primária, caso contrário, pensem outras razões para as escolhas, tais como: carisma, beleza, opinião do Jornal Nacional, bolsas assistencialistas, opinião do vizinho mais inteligente do quarteirão … motivos deste tipo.
Para quem viveu, como eu, dentro do ambiente político, e conheceu um pouco da história e da ciência política brasileira, é fácil ver, que os candidatos não são nem a ponta do ‘iceberg’ do comando. Hoje, até na disputa para a prefeitura de um pequeno município, há por de trás do candidato, um grupo de várias forças econômicas, setoriais e, cada vez mais, grupos representando os movimentos sociais, que via de regra, devem ser a voz do povo, em canal direto.
Todas essas forças estarão lá nessas eleições, e veremos então, quem tem trabalhado melhor nesses últimos tempos. Em termos de convencimento da população através do discurso e do trabalho … e claro, através das astutas artimanhas para o aumento do tempo de televisão no Horário Eleitoral Gratuito.
E por aqui terminaríamos a análise jornalística, se fossemos apenas formadores de opinião, jornalistas, cientistas sociais, escritores e filósofos.
Contudo, somos mais do que isto. Somos brasileiros. E precisamos sair do terreno da pura insatisfação e reclamação gratuita, para o palco do exercício da verdadeira cidadania.
Neste ano, quem ama esta nação, acreditem, deveria rejeitar as duas primeiras opções em termos de tamanho. Os grupos de PT e PSDB, que trazem por trás deles, praticamente todos os grandes partidos brasileiros, estão no poder nas esferas federal e estadual, há muito tempo. Já engendraram na máquina administrativa, diversos sub-grupos que participam dos apoios políticos, nas mais diferentes áreas dos governos, que historicamente usam os órgãos públicos para atividades criminosas – eles roubam nossos cofres, e precisam ser tirados de lá imediatamente.
O PT precisa sair da Presidência, e o PSDB do governo do Estado de São Paulo, principalmente. Essas duas mudanças, já melhorariam muito o quadro administrativo e funcional do país, isto, caso não haja a simples inversão no comando dos governos, que hoje se encontra absolutamente viciado pelo fisiologismo.
Temos na opção terceira, talvez, a solução para este ano. Mas, é uma solução que também traz setores retrógrados da sociedade, como o senhor Caiado e os ruralistas responsáveis pelo resto de trabalho escravo escancarado no Brasil.
Porém, Eduardo Campos traria novos grupos, alguns muito bons, como o da Heloísa Helena e o da Marina Silva, que nos passam confiança e conhecimento, mas que por outro lado, nos passam também, o medo do fundamentalismo religioso de seus parceiros evangélicos, que não são nada parecidos com elas.
Enfim, será difícil escolher. Mas para mim, devido às circunstâncias descritas acima, escolherei o menos nocivo, e não o mais preparado.
Acredito que o Brasil hoje, precise mais de limpeza, do que de projetos mentirosos. Não vejo projeto algum na TV e nos jornais até agora, que seja genuinamente de interesse público. Todos continuam sendo norteados pelos interesses de seus grupos, e não da população brasileira. Logo, não são projetos de governo, são apenas manuais de crescimento econômico para certos setores.
Paul Sampaio